Lula é, em suma, e aqui já se disse, o cadáver adiado que procria.
Mas somos, os jornalistas, obrigados a falar dele, não é? Afinal, está por aí, se movimentando, tentando tirar o nariz fora d’água, sobreviver à sua triste decadência, incapaz de ser generoso com a própria história, com a própria biografia. Poderia, de fato, como prometeu, ter se retirado de cena quando estava no auge. Poucos se atreveriam — porque este é um país que gosta de alimentar mitos — a pôr o dedo na ferida, a apontar que as dificuldades pelas quais passamos agora tiveram origem, sim, no governo do companheiro, especialmente nos quatro anos finais.
Ocorre que Lula não é generoso consigo mesmo porque não consegue ser generoso com os outros. A glória de mandar e a vã cobiça sempre vêm primeiro. E eis que o vemos desesperado, mexendo-se como mosca presa numa teia de aranha, para tornar viável a sua candidatura à Presidência em 2018.
Na terça-feira à noite, lá estava Lula a descer o porrete em Dilma num encontro fechado com jovens sindicalistas, depois de ter dado algumas bordoadas na imprensa, que, segundo disse, dá crédito à palavra de bandidos. Os bandidos, no caso, são aqueles que, até outro dia, operavam em favor do seu partido, no esquema criminoso montado na Petrobras. Agora, o Apedeuta anuncia que vai sair país afora arregimentando as esquerdas e os movimentos sociais em defesa do PT.
Nesta quarta, Lula participou de um seminário no instituto que leva o seu nome, promovido em parceria com a tal Unasul (União das Nações Sul-Americanas), aquela estrovenga que ele criou em companhia de Hugo Chávez. E lá estava ele com a ladainha bolorenta da necessidade de integração dos países do continente, oferecendo como exemplo de ação virtuosa, santo Deus!, a construção do porto de Mariel, em Cuba, que teve financiamento secreto do BNDES.
Para o chefão petista, que deveria receber um raio fulminante enviado por Nelson Rodrigues lá do outro mundo, é o “complexo de vira-lata de parte da classe política que faz privilegiar acordos comerciais com Estados Unidos, em vez de América Latina e África”. Este senhor diz tal barbaridade quando, já está demonstrado, o Mercosul se transformou num dos fatores de atraso do Brasil.
Já disse aqui há algum tempo e volto a fazê-lo: Lula não está a criar uma só facilidade a Dilma Rousseff. Ao contrário. Na véspera da votação da MP 665, o horário político do PT, de que ele foi a estrela, quase pôs tudo a perder. O homem acusou o Congresso de atuar contra os trabalhadores, e, por muito pouco, a emenda não foi rejeitada. Agora, às vésperas da votação da MP 664, ele volta a fazer agitação sindical e proselitismo rombudo. Assim, a sua sucessora é obrigada a enfrentar, de um lado, a pressão dos “companheiros” — a CUT conseguiu liminar do STF para ocupar as galerias do Senado — e, de outro, de partidos da base dispostos a arrancar mais alguns nacos de poder.
É evidente que Lula tem consciência de que a sua ação é desestabilizadora. Mas ele só sabe jogar assim. Que coisa impressionante! Todos conhecem o mito da alma penada. Em essência, ela é o quê? É o vagar de alguém que já morreu, mas que ainda não sabe; é o perambular de um ente que não aceita o lugar que lhe está reservado na terra dos mortos.
Lula é essa alma penada na política brasileira. Mas custa caro!
Em jogo dramático, Flamengo empata com o Sport aos 52 minutos do 2º tempo
Magrão, do Sport, deixou o gramado e Diego Souza assumiu a vaga. Éverton marcou o gol de empate nos acréscimos do jogo
O DIA
Rio - Foi dramático. Flamengo e Sport fizeram um jogo tenso e cheio de polêmicas, neste domingo, no Maracanã. Os pernambucanos abriram 2 a 0 no placar, com Diego Souza e Élber. Canteros diminuiu para o time da Gávea e Éverton deixou tudo igual, aos 52 minutos do segundo tempo. O relógio se prolongou na segunda etapa por conta do longo atendimento ao goleiro Magrão, que teve que deixar o gramado com dores no ombro direito. SUPERGALERIA: Confira as imagens do empate entre Flamengo e Sport
Diego Souza assumiu o posto de gol-linha, mas não conseguiu evitar o empate. Os jogadores do Leão ficaram na bronca com o árbitro Dewson Fernando Freitas e com os adversários. No lance que deu um ponto para cada equipe, os jogadores cariocas não tiveram fair play e não devolveram a bola para os rivais.
Com o empate, o Flamengo somou seu primeiro ponto no Brasileirão, ocupando o 15º lugar. O Sport é 2º, com 4 pontos, empatado com o Atlético-MG. Na próxima rodada, os cariocas visitam o Avaí, domingo, às 16h, na Ressaca. No mesmo dia, os pernambucanos recebem o Coritiba, às 18h30, na Ilha do Retiro.
Canteros começou a reação carioca contra o Sport
Foto: Alexandre Brum
O JOGO
O primeiro tempo teve poucas emoções para os torcedores de ambos os lados. As equipes chegavam no ataque mas pecavam nas finalizações. A primeira defesa só aconteceu aos 25 minutos, com René. O lateral tentou de fora da área mas o chute saiu fraquinho, nas mãos de Paulo Victor.
Jogo no Maracanã só teve emoções no 2º tempo
Foto: Alexandre Brum
A resposta do Flamengo veio com Anderson Pico. O lateral bateu falta com violência, mas o quique da bola no chão tirou a velocidade dela e deixou tudo mais fácil para o goleiro Magrão.
Nos acréscimos do primeiro tempo, o Sport abriu o placar. Joeliton invadiu a área, em velocidade, e foi derrubado por Canteros. O árbitro Dewson Fernando Freitas assinalou penalidade máxima. Na cobrança, Diego Souza converteu. O jogador, número 87, ainda provocou apontando para o número em suas costas. Sport e Flamengo travam uma briga judicial para definir quem é o campeão brasileiro de 1987.
Na volta para o segundo tempo, a torcida do Flamengo já começava a perder sua paciência com o time. o clima das arquibancadas refletia com os jogadores no gramado. Quem se aproveitou disso foi o Sport, que ampliou com Élber. O meia tabelou com Joeliton e recebeu um lindo passe de calcanhar. Cara a cara com Paulo Victor, o jogador só teve o trabalho de tocar por cima do goleiro do Flamengo. 2 a 0 Sport.
Cinco minutos depois, o Flamengo diminuiu. Alecsandro recebeu o cruzamento e ajeitou para Canteros. O argentino, sozinho, só teve o trabalho de mandar para a rede.
Aos 42, Magrão reclamou de dores no ombro direito e o jogo ficou parado por quase dez minutos para que o goleiro fosse atendido. Sem condições de continuar, e com todas as substituições feitas, Diego Souza foi para a meta. E foi ele quem sofreu o gol de empate.
Paulinho cruzou, Eduardo da Silva ajeitou com o peito e Éverton fuzilou o ângulo esquerdo do goleiro-linha para empatar. Os jogadores do Sport ficaram reclamando de uma falta de fair play do Flamengo, que não teria devolvido a bola que estava em posse dos pernambucanos.
Quando o relógio já marcava 55 minutos, o árbitro assinalou mais três de acréscimos. O Flamengo tentou chegar no abafa, mas as bolas levantadas na área eram repelidas pelo Diego Souza. No último lance do jogo, Gabriel apareceu no segundo poste e tocou cruzado. Diego Souza caiu para defender e segurar o empate em 2 a 2.
FICHA TÉCNICA Flamengo 2 x 2 Sport Local: Maracanã (Rio de Janeiro) Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA) Renda e público: 28.794 (pagante) / 34.459 (presente) / R$1.058.102,50 (renda) Cartões amarelos: Jonas (FLA, 19' do 1ºT), Matheus Ferraz (SPT, 29' do 1ºT), Canteros (FLA, 45' do 1ºT), Joeliton (SPT, 52' do 2ºT) e Diego Souza (SPT, 52' do 2ºT) Cartões vermelhos: nenhum Gols: Diego Souza (SPT, aos 45' do 1ºT), Élber, (SPT, aos 23' do 2ºT), Canteros (FLA, aos 28' do 2ºT), Éverton (FLA, 51' do 2ºT) Flamengo: Paulo Victor, Pará, Bressan, Wallace e Anderson Pico (Eduardo da Silva, 37' do 2ºT); Jonas (Márcio Araújo, intervalo), Canteros e Almir (Paulinho, intervalo); Gabriel, Alecsandro e Everton. Técnico Vanderlei Luxemburgo. Sport: Magrão, Samuel Xavier (Vitor, 20' do 2ºT), Matheus, Durval, Renê; Rithely, Wendel, Diego Souza, Elber; Mike (Rodrigo Mancha, 7' do 2ºT) e Samuel (Joeliton, 34' do 1ºT). Técnico Eduardo Baptista.
Maioria dos jogadores do River Plate atacados na Bombonera ainda não voltou aos treinos.
Vangioni e Kranevitter foram liberados; Ponzio, Fuenes Mori e Driussi seguem fora.
Alguns jogadores do River Plate atacados por torcedores do Boca Juniors com gás de pimenta ainda não foram liberados pelo departamento médico para treinamento. Na atividade desse domingo no CT de Ezeiza, visando ao confronto com o Cruzeiro pelas quartas de final da Libertadores, o lateral-esquerdo Leonel Vangioni e o volante Matias Kranevitter participaram normalmente.
No entanto, os volantes Leo Ponzio e Ramiro Funes Mori continuaram como desfalques, a exemplo do atacante Sebastián Driussi.
Um dos mais afetados pelo ataque na Bombonera, Driussi foi encaminhado para o hospital Los Arcos no sábado passado pelo médico do clube, Pedro Hansing, para realizar uma tomografia, além de exames de sangue.
Na atividade desse domingo, Marcelo Gallardo orientou treino técnico em campo reduzido. O comandante já adiantou que confia na recuperação dos jogadores até o primeiro jogo decisivo contra o Cruzeiro, marcado para esta quinta-feira, às 22h, no Estádio Monumental de Nuñez.
Para a partida contra os mineiros, Gallardo já tem dois desfalques certos: o zagueiro Gabriel Mercado, punido pela Conmebol com três jogos de suspensão, e o centroavante colombiano Teo Gutierrez, com lesão na coxa.
É fato que o Campeonato Brasileiro está apenas na segunda rodada e ainda tem muita coisa para acontecer.
De qualquer forma, vale constatar que o Cruzeiro terminou este fim de semana carregando um fardo indigesto. O clube celeste figura na lanterna da competição e é o único time que ainda não pontuou.
O registro é válido porque é inédito. Essa é a primeira vez que o Cruzeiro ocupa a última colocação do Brasileiro na história dos pontos corridos.
Nem mesmo em 2011, quando brigou contra o rebaixamento até a última rodada, o clube celeste havia passado por essa situação.
Naquele ano, o Cruzeiro figurou na zona de rebaixamento em cinco rodadas, sendo quatro vezes na 17ª posição e uma na 18ª.
Se a zona da degola é um ambiente pouco comum para os cruzeirenses, o mesmo não se pode dizer do topo da tabela.
O Cruzeiro é o clube que passou mais rodadas na liderança do Campeonato Brasileiro de pontos corridos.
Foram 108 rodadas em que os cruzeirenses sentiram o gosto do primeiro lugar.
O segundo maior líder do Brasileirão de pontos corridos é o São Paulo, com 68 rodadas na liderança. O Corinthians é o terceiro e tem 60.
O Cruzeiro perde para o São Paulo quando o assunto é classificação à Copa Libertadores por meio do Brasileirão. Desde 2003, a Raposa terminou o campeonato no G-4 em sete ocasiões (2003, 2007, 2008, 2009, 2010, 2013 e 2014), enquanto o São Paulo conseguiu o feito oito vezes, em 2003, 2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2012 e 2014.
Lula é um assunto aborrecido.
