domingo, 8 de março de 2015

EM SUA IRRITAÇÃO POR ESTAR NA LISTA DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, RENAN PODERÁ COMPLICAR A RECONDUÇÃO DE JANOT.


Janot (gravata vermelha) visitando Renan no Senado em setembro: agora a história é outra (Foto: Jane Araújo/Agência Senado)

06/03/2015 às 11:43hs

Janot (gravata vermelha) visitando Renan no Senado em setembro: agora a história é outra (Foto: Jane Araújo/Agência Senado)

Na foto acima, de setembro do ano passado, tudo são flores. Sentados sobre sofá de couro centenário trazido do antigo edifício do Senado, no Rio — que, como outros móveis de época, ainda povoam alguns gabinetes da Casa, em Brasília, como o do presidente –, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, levou pessoalmente ao presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), um relatório sobre suas atividades após um ano à frente do Ministério Público.
Agora, Renan anda furioso com o procurador-geral desde que soube que seu nome está na lista dos políticos a respeito dos quais Janot solicitará ao Supremo Tribunal Federal investigação sobre possível envolvimento na roubalheira do petrolão.
Não são apenas as atitudes e declarações públicas do senador que contam, como suas críticas de que o procurador-geral está “cerceando o direito de defesa” dos integrantes da lista, por exemplo. Os comentários que ele faz junto a colegas de partido e de Senado são em tom bem mais elevado — sente-se que Renan, se puder, pula na carótida de Janot.
Publicamente, porém, o senador deixou escapar uma declaração que poderá ser uma pedra no caminho de seu atual alvo, dizendo que acharia muito interessante alterar normas que regulam a indicação do chefe do Ministério Público, sobretudo em caso de a(o) presidente da República propor a recondução do titular para mais um mandato de dois anos.
O mandato de Janot expira daqui a pouco mais de seis meses, a 17 de setembro deste ano. Tudo indica que não está nos planos da presidente Dilma romper com uma espécie de tradição e NÃO reconduzir o procurador-geral — cenário mais provável ainda para uma presidente que quer tudo, menos causar marolas.

Mas prestemos todos atenção: dependendo do curso que seguirem as relações entre Renan Calheiros e Rodrigo Janot, eu não estranharia nem um pouco se, em elas azedando, o presidente do Senado tornasse muito difícil a aprovação do nome do procurador-geral, quando chegar a vez de sua indicação ser submetida ao voto dos senadores. Ele tem a maioria do Senado na mão.

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