A presidente Dilma Rousseff negou nesta quinta-feira (19) que a saída do ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), represente o início de uma reforma ministerial em seu governo. Segundo a presidente, trata-se de uma mudança pontual.
"Vocês estão criando uma reforma ministerial que não existe", afirmou a presidente após ser questionada sobre a saída do ministro durante uma coletiva realizada após o lançamento de um pacote de medidas para os clubes de futebol do país.
"Não tenho perspectiva de alterar nada nem ninguém", afirmou. "Estou fazendo uma alteração pontual. As circunstâncias às vezes obrigam você a fazer uma que outra mudança."
Segundo Dilma, a escolha do novo ministro para a pasta de Educação levará em conta a relação da pessoa com a área. "Vou escolher a pessoa boa para educação. Não a pessoa desse ou daquele partido", afirmou.
O ex-governador do Ceará deixou o governo após uma sessão tensa na Câmara dos Deputados, na tarde desta quarta-feira (18). Ele foi à Casa para prestar esclarecimentos sobre crítica feita aos congressistas em agenda no mês passado, mas acabou acirrando os ânimos com integrantes da base aliada.
Embora tenha pedido "perdão" por declaração de que o Congresso possui "400 deputados, 300 deputados" achacadores, ele cobrou lealdade da base aliada e mirou o principal aliado do governo no Legislativo, o PMDB. "Partidos de situação têm o dever de ser situação, ou então larguem o osso, saiam do governo, vão para a oposição. Isso será mais claro para o povo brasileiro", afirmou.
Gomes subiu o tom e criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de inquérito na Operação Lava Jato. Para Gomes, é melhor ser "acusado de mal-educado" do que "acusado de achaque".
Após a sessão, o ministro foi até o Palácio do Planalto e pediu demissão, argumentando que sua presença no governo criaria dificuldades com a base aliada. Esta foi a primeira baixa no segundo mandato da presidente Dilma.
A chefia do Ministério da Educação é ocupada agora, de forma interina, pelo secretário-executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa.
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